O Pontífice esteve com pesquisadores no Vaticanodestacou que a humanidade atravessa uma transformação decisiva e pediu uma ação conjunta para que a tecnologia sirva ao bem
Da redação, com Vatican News
“O advento da inteligência artificial vem acompanhado por uma mudança rápida e profunda da sociedade”, afirmou o Papa Leão XIV ao receber, nesta sexta-feira, 5, os participantes da Conferência “Inteligência Artificial e o Cuidado da Nossa Casa Comum”, promovida pela Fondazione Centesimus Annus Pro Pontifice e pela Strategic Alliance of Catholic Research Universities.
Logo no início, o Santo Padre recordou que a IA toca “aspectos essenciais da pessoa humana, como o pensamento crítico, a capacidade de discernimento, o aprendizado e a esfera das relações interpessoais”. Diante desse impacto estruturante, o Papa lançou a pergunta central que permeou todo o discurso:
“Como podemos garantir que o desenvolvimento da inteligência artificial realmente sirva ao bem comum e não seja usado apenas para acumular riqueza e poder nas mãos de poucos? Como vocês certamente sabem, o produto mais valioso atualmente nos mercados é justamente o da área de inteligência artificial.”
O desafio da IA e a pergunta radical: o que significa ser humano?
Ao retomar o núcleo da Doutrina Social da Igreja, Leão XIV frisou que enfrentar o desafio tecnológico exige “colocar uma pergunta ainda mais radical: o que significa ser humano nesta época?” Para o Santo Padre, o ser humano não pode ser reduzido a “consumidor passivo de conteúdos produzidos por uma tecnologia artificial”, pois sua dignidade está ligada à capacidade de “refletir, escolher livremente, amar gratuitamente e entrar em relação autêntica com o outro”.
O Papa Leão XIV reconheceu as novas possibilidades criativas abertas pela IA, mas não deixou de sublinhar suas sombras: a tecnologia suscita “questões preocupantes… sobre nossa capacidade de nos maravilhar e de contemplar”. Por isso, o Pontífice insistiu na importância de respeitar aquilo que “caracteriza a pessoa humana e garante seu crescimento harmonioso”, base imprescindível para qualquer estrutura de regulação tecnológica.
Jovens no centro: liberdade, espiritualidade e maturidade ameaçadas
Um dos pontos mais enfáticos do discurso foi a preocupação de Leão XIV com as novas gerações. O Santo Padre afirmou que a liberdade interior das crianças e dos jovens deve “tocar o nosso coração”, alertando para “as possíveis consequências da tecnologia sobre o seu desenvolvimento intelectual e neurológico”.
“As novas gerações precisam ser ajudadas, e não obstaculizadas, em seu caminho rumo à maturidade e à responsabilidade”, destacou o Leão XIV, observando que a abundância de dados disponível hoje não se confunde com a capacidade de “extrair significado e valor”. Esta, acrescentou o Santo Padre, exige abertura ao mistério e coragem para enfrentar “as perguntas últimas da nossa existência”, frequentemente ridicularizadas por modelos culturais atuais.
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