12 de set de 2025
“A impressão que tenho é que as instituições saem reforçadas, bastante reforçadas desse processo”, disse o arcebispo de Olinda e Recife (PE), dom Paulo Jackson, sobre o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete pessoas por tentativa de golpe de Estado.
Bolsonaro foi condenado ontem (11) pela Primeira Turma de STF a 27 anos e 3 meses de prisão. Por quatro votos a um, o ex-presidente foi condenado pelos cinco crimes dos quais era acusado: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Também foram condenados, com penas diversas, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid; o ex-ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno; o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira; o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres; o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem; e o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier.
O arcebispo de Olinda e Recife disse ainda que “há um processo muito grande de polarizações” no Brasil. Segundo ele, não é algo que surgiu agora, mas “é antigo” e, “infelizmente, não somente contaminou a sociedade, mas também entrou nas nossas fileiras, nas nossas comunidades e nas nossas igrejas”.
Segundo o arcebispo, a Igreja, por meio CNBB e dos bispos, tem “feito um trabalho gigantesco para tentar mitigar ou minimizar as consequências desses processos de polarização existentes”.
“É um processo de reconciliação, de pacificação, respeitando as instituições, respeitando a legislação, respeitando o Estado democrático de direito. O processo de pacificação não prescinde do respeito à lei, mas é um processo, no nível espiritual, que deve envolver profundamente as nossas comunidades”, completou.