Em seus primeiros 30 dias à frente da Igreja Católica, Leão XIV já coleciona discursos e gestos cheios de significado em sua missão como sucessor de São Pedro
Há um mês, da sacada central da Basílica de São Pedro, logo após proferir o emblemático “Habemus Papam”, o protodiácono do Colégio Cardinalício, Cardeal Dominique Mamberti, anunciava a identidade do 267º Sucessor de Pedro: Cardeal Robert Francis Prevost. O nome escolhido pelo eleito foi a segunda grande informação de Mamberti: Leão XIV.
Com a mozeta (uma capa violácea), a estola com bordados dourados (que representa os evangelistas), cruz peitoral e a tradicional veste branca, Leão XIV se apresentou ao mundo. Foi a primeira vez que católicos (e não católicoso viram sob novo traje, mas principalmente, sob nova perspectiva.
A sensibilidade do novo Papa chamou a atenção e a emoção transbordou pelos olhos. “A paz esteja convosco” foi uma das primeiras frases de Leão XIV. A menção ao Papa Francisco e a Santo Agostinho adiantaram a admiração e o respeito pelo seu predecessor e o orgulho por suas raízes sacerdotais: “sou um filho de Santo Agostinho, um agostiniano”.
Quem é Prevost?
Logo após deixar a sacada central da Basílica de São Pedro, rádio, televisão e internet estavam repletos de conteúdos sobre o Cardeal Robert Prevost. “Quem é o novo Papa?”, era o que os grandes e pequenos jornais tentavam responder. A nacionalidade estadunidense foi sublinhada, assim como a sua consistente vida pastoral na América Latina, mais precisamente na Diocese de Chiclayo, no Peru.
Uma foto de Prevost montado a cavalo chamou atenção. A explicação dela, mais ainda: de acordo com a franciscana da Imaculada Conceição pertencente a Diocese de Chiclayo, irmã Grace Karina Gonzales Risco, o novo Pontífice costumava ir a Serra do Norte, uma região montanhosa andina, para se fazer próximo dos fiéis. As cavalgadas duravam entre três e quatro horas e os caminhos eram sinuosos.
Na mídia brasileira, o fato de Prevost já ter visitado o país e a intenção de pregar aos bispos brasileiros na 62ª Assembleia Geral que aconteceria no final de abril e início de maio (adiada após a morte do Papa Franciscoforam destaques. Com o Conclave, os planos foram alterados, mas o convite dos bispos para uma visita segue válido e repetido mais de uma vez nestes 30 dias.
Papa Leão XIV / Foto: Maria Grazia Picciarella/SOPA Images via Reuters Connect